Hoje eu voltei para a academia e cada vez que o professor se aproximava me perguntando se estava tudo bem, eu tinha que respirar fundo e segurar o choro e respondia que sim, está tudo bem. Mas na verdade…
Não estou nada bem e está sendo bem mais difícil do que eu imaginava. E que grande aprendizado tudo isso está me proporcionando.
Tantos padrões de medos, a angústia e a incerteza estão sendo escancarados na minha cara.
Por que a rainha da empatia e gentileza com os outros está sendo tão dura consigo nesse processo?
Todo trauma pessoal que eu acessei até hoje em minha vida, eu fui afundo em investigá-los e aceitei toda a ajuda em seu processo de cura.
Há dois meses atrás dei um discurso lindo sobre o quanto a verbalização das nossas dores, tratar dos nossos traumas abertamente é importante para entender o que eles nos ensinam e diminuir a dor que eles nos trazem.
E agora cá estou eu, sofrendo há uma semana em silêncio, tentando a cada dia incorporar todas as palavras de encorajamento que ouvimos mas tentando principalmente voltar a vida como se nada tivesse acontecido.
Mas aconteceu, muito e sim dói e não é fácil. Acordar com a mão na barriga é terrível e estar desconfortável com o meu corpo também.
Espero que com essa carta e a cada sílaba digitada o processamento dessa dor se torne mais gentil e ameno.
Desde o segundo que descobrimos que eu estava grávida eu percebi que todo o conhecimento sobre o tema e que todas as palavras de apoio que eu já disse à todas as mulheres, não estavam tendo o mesmo efeito sobre mim.
Fui tomada por uma ansiedade maluca e cometi erros crassos, como fazer um ultra som cedo demais e me preocupar muito com os comentários alheios, tipo que ainda era muito cedo para anunciar a gravidez.
A minha playlist de parto está pronta há anos, a segurança de um parto domiciliar humanizado e tranquilo também, equipe gentlebirth, técnicas de conforto, rebozo e tudo mais que resolvido.
Mas nunca tinha me preparado para lidar com essa loucura de alteração de hormônios do primeiro trimestre, o que se deve comer e evitar mas principalmente do pânico caso a gravidez não se desenvolvesse de forma saudável.
Foi nítido para mim que quanto mais medo eu sentia maior ele se tornava, há duas semanas atrás eu finalmente consegui verbalizar para uma das pessoas mais doce e gentil que eu conheço que estava com muito medo de perder o bebê.
Ela da sua forma carinhosa me disse para abraçar o meu medo, e que não importava se ele vinha de um pensamento do passado ou do futuro ele era legítimo e era meu. Que o acolhimento do meu medo era acolher a mim mesma.
Essas palavras vieram com tanto acalanto até mim que hoje me dei conta que preciso agora acolher a minha dor. Ela é minha, é legítima e é muito concreta.
Dar a notícia da gravidez a nossas famílias foi um dos momentos mais especiais da minha vida até hoje e não, eu não quero apagar essa alegria da minha memória.
Dar a notícia que havíamos perdido o bebê tem que nos proporcionar o mesmo acolhimento e amorosidade.
Por que permitimos que seja tão difícil falar sobre nossas dores? Elas nos tornam tão humanos quanto as nossas alegrias!
Como uma mente Feldenkrais quero através dessa carta ampliar os padrões que já estão disponíveis, suspender o meu julgamento sobre mim, diminuir o meus esforço e grifar tudo o que eu ouvi esses dias que me fizeram muito bem.
Uma amiga querida me lembrou uma citação de um professor nosso que na hora que eu li foi um abraço delicioso. “Senti o que você estiver sentindo, o que quer que sejam os sentimentos pois dessa forma a vida segue”.
A terapeuta de leitura de aura me enviou as palavras mais doces no dia que a dor estava insuportável. Depois dessa informação que ela compartilhou comigo, a angústia de ouvir os outros dizerem: “já já vocês engravidam de novo" parou de soar que nem uma lança cravada no peito.
Ela me disse: “querida Mari infelizmente isso é muito comum, pois vocês fizeram um pedido e um pacto com esse ser de luz para que ele viesse purificar seu útero dos traumas passados num processo de preparação para a gestação. Ele cumpriu seu trabalho e essa dor é só o processo da transição.”
Outra amiga amada e psicóloga me lembrou o quanto é mais fácil lidar com as expectativas alheias do que com as nossas. E com muita gentileza me envia seu Oi estou pensando em você e te mandando um carinho <3
A terapeuta de renascimento, técnica que eu estava interessadíssima a fazer, quando eu ainda achava que esse ano eu só gestaria o livro sobre adoção.
Nos enviou um abraço tão apertado que eu senti na mesma hora, perguntou se eu tinha alguma dúvida sobre o processo de eliminação pelo corpo e seu eu estava tranquila.
E lindamente nos sugeriu escrever uma carta de despedida para o bebê, agradecendo por tudo que eles nos despertou e queima-lá em seguida.
De todas as cartas de amor que nós trocamos nesses anos todos de relacionamento essa foi a carta mais doce que já escrevemos e também um dos momentos de maior conexão que tivemos.
A todos que tiveram a coragem de nos escrever mesmo que para dizer que não tinham palavras, o meu MUITO Obrigada! A nossa família que sofre pela nossa dor e que só aumenta o nosso amor!
Cada sentimento de carinho enviado por vocês foi sentido e recebido com muita gratidão.
Ao meu Amor, obrigada por cada abraço, cada cuidado e tentativa de amenizar a minha dor ao mesmo tempo que a sua também dói tanto.
Tivemos tantas separações e reencontros em nossas vidas, que hoje tenho a plena certeza que só nos fortificou para poder viver essa despedida e intensificar o nosso amor e admiração pelo outro.
Mas agora com a certeza que ainda teremos muitos reencontros e alegrias nessa jornada.
Te amo muito e você é um Pai incrível!
As minha amigas gestantes, clientes e mulheres que passam por qualquer dúvida e desejarem compartilhar comigo, estou aqui mais completa do que nunca e com mais desejo de ouvir a história de vocês.
Pois sei que cada alegria sentida por vocês irá intensificar a minha segurança em mim, a capacidade de gerar e o respeito pelo meu processo e o seu tempo.
A todos que sofrem qualquer dor e precisarem de uma escuta e um carinho contem sempre comigo!
Com amor e como um lembrete para eu ser mais gentil comigo mesma,
Marianna Muradas
PS: A foto que eu me senti mais bonita do que nunca e que agora num misto de dor, alegria e gratidão eu compartilho com vocês.
Não estou nada bem e está sendo bem mais difícil do que eu imaginava. E que grande aprendizado tudo isso está me proporcionando.
Tantos padrões de medos, a angústia e a incerteza estão sendo escancarados na minha cara.
Por que a rainha da empatia e gentileza com os outros está sendo tão dura consigo nesse processo?
Todo trauma pessoal que eu acessei até hoje em minha vida, eu fui afundo em investigá-los e aceitei toda a ajuda em seu processo de cura.
Há dois meses atrás dei um discurso lindo sobre o quanto a verbalização das nossas dores, tratar dos nossos traumas abertamente é importante para entender o que eles nos ensinam e diminuir a dor que eles nos trazem.
E agora cá estou eu, sofrendo há uma semana em silêncio, tentando a cada dia incorporar todas as palavras de encorajamento que ouvimos mas tentando principalmente voltar a vida como se nada tivesse acontecido.
Mas aconteceu, muito e sim dói e não é fácil. Acordar com a mão na barriga é terrível e estar desconfortável com o meu corpo também.
Espero que com essa carta e a cada sílaba digitada o processamento dessa dor se torne mais gentil e ameno.
Desde o segundo que descobrimos que eu estava grávida eu percebi que todo o conhecimento sobre o tema e que todas as palavras de apoio que eu já disse à todas as mulheres, não estavam tendo o mesmo efeito sobre mim.
Fui tomada por uma ansiedade maluca e cometi erros crassos, como fazer um ultra som cedo demais e me preocupar muito com os comentários alheios, tipo que ainda era muito cedo para anunciar a gravidez.
A minha playlist de parto está pronta há anos, a segurança de um parto domiciliar humanizado e tranquilo também, equipe gentlebirth, técnicas de conforto, rebozo e tudo mais que resolvido.
Mas nunca tinha me preparado para lidar com essa loucura de alteração de hormônios do primeiro trimestre, o que se deve comer e evitar mas principalmente do pânico caso a gravidez não se desenvolvesse de forma saudável.
Foi nítido para mim que quanto mais medo eu sentia maior ele se tornava, há duas semanas atrás eu finalmente consegui verbalizar para uma das pessoas mais doce e gentil que eu conheço que estava com muito medo de perder o bebê.
Ela da sua forma carinhosa me disse para abraçar o meu medo, e que não importava se ele vinha de um pensamento do passado ou do futuro ele era legítimo e era meu. Que o acolhimento do meu medo era acolher a mim mesma.
Essas palavras vieram com tanto acalanto até mim que hoje me dei conta que preciso agora acolher a minha dor. Ela é minha, é legítima e é muito concreta.
Dar a notícia da gravidez a nossas famílias foi um dos momentos mais especiais da minha vida até hoje e não, eu não quero apagar essa alegria da minha memória.
Dar a notícia que havíamos perdido o bebê tem que nos proporcionar o mesmo acolhimento e amorosidade.
Por que permitimos que seja tão difícil falar sobre nossas dores? Elas nos tornam tão humanos quanto as nossas alegrias!
Como uma mente Feldenkrais quero através dessa carta ampliar os padrões que já estão disponíveis, suspender o meu julgamento sobre mim, diminuir o meus esforço e grifar tudo o que eu ouvi esses dias que me fizeram muito bem.
Uma amiga querida me lembrou uma citação de um professor nosso que na hora que eu li foi um abraço delicioso. “Senti o que você estiver sentindo, o que quer que sejam os sentimentos pois dessa forma a vida segue”.
A terapeuta de leitura de aura me enviou as palavras mais doces no dia que a dor estava insuportável. Depois dessa informação que ela compartilhou comigo, a angústia de ouvir os outros dizerem: “já já vocês engravidam de novo" parou de soar que nem uma lança cravada no peito.
Ela me disse: “querida Mari infelizmente isso é muito comum, pois vocês fizeram um pedido e um pacto com esse ser de luz para que ele viesse purificar seu útero dos traumas passados num processo de preparação para a gestação. Ele cumpriu seu trabalho e essa dor é só o processo da transição.”
Outra amiga amada e psicóloga me lembrou o quanto é mais fácil lidar com as expectativas alheias do que com as nossas. E com muita gentileza me envia seu Oi estou pensando em você e te mandando um carinho <3
A terapeuta de renascimento, técnica que eu estava interessadíssima a fazer, quando eu ainda achava que esse ano eu só gestaria o livro sobre adoção.
Nos enviou um abraço tão apertado que eu senti na mesma hora, perguntou se eu tinha alguma dúvida sobre o processo de eliminação pelo corpo e seu eu estava tranquila.
E lindamente nos sugeriu escrever uma carta de despedida para o bebê, agradecendo por tudo que eles nos despertou e queima-lá em seguida.
De todas as cartas de amor que nós trocamos nesses anos todos de relacionamento essa foi a carta mais doce que já escrevemos e também um dos momentos de maior conexão que tivemos.
A todos que tiveram a coragem de nos escrever mesmo que para dizer que não tinham palavras, o meu MUITO Obrigada! A nossa família que sofre pela nossa dor e que só aumenta o nosso amor!
Cada sentimento de carinho enviado por vocês foi sentido e recebido com muita gratidão.
Ao meu Amor, obrigada por cada abraço, cada cuidado e tentativa de amenizar a minha dor ao mesmo tempo que a sua também dói tanto.
Tivemos tantas separações e reencontros em nossas vidas, que hoje tenho a plena certeza que só nos fortificou para poder viver essa despedida e intensificar o nosso amor e admiração pelo outro.
Mas agora com a certeza que ainda teremos muitos reencontros e alegrias nessa jornada.
Te amo muito e você é um Pai incrível!
As minha amigas gestantes, clientes e mulheres que passam por qualquer dúvida e desejarem compartilhar comigo, estou aqui mais completa do que nunca e com mais desejo de ouvir a história de vocês.
Pois sei que cada alegria sentida por vocês irá intensificar a minha segurança em mim, a capacidade de gerar e o respeito pelo meu processo e o seu tempo.
A todos que sofrem qualquer dor e precisarem de uma escuta e um carinho contem sempre comigo!
Com amor e como um lembrete para eu ser mais gentil comigo mesma,
Marianna Muradas
PS: A foto que eu me senti mais bonita do que nunca e que agora num misto de dor, alegria e gratidão eu compartilho com vocês.