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Como lidar com o Medo da dor do Parto

4/17/2018

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Trabalho com gestantes desde 2014. Tanto na minha prática como Doula como nos cursos que facilito como Educadora Perinatal e Instrutora GentleBirth, o medo da dor do parto é assunto corriqueiro e serve muitas vezes como estímulo enorme para as mulheres deixarem de buscar informações baseadas em evidências e cairem numa cesárea desnecessária.

Esse medo da dor sempre me intrigou e passei a questionar muito como poderíamos, como sociedade, decifrá-lo e romper essa crença adquirida que assombra tantas mulheres.

Se pensarmos na industrialização da medicina, o lucro de grandes hospitais e corporações, dá pra se traçar um paralelo enorme no estímulo desse medo da dor.
A cesárea eletiva é oferecida como a solução para não correr o risco de algum desconforto.
Só não nos contam que a cesárea é a única cirurgia a qual a paciente é submetido e que imediatamente ela tem que cuidar, amamentar e zelar por um recém-nascido.

Quando o assunto é preferências de parto, acredito que toda a mulher deve sim receber o atendimento e a via de parto que ela desejar.
Tem uma frase da Penny SImkin que é um dos meus lemas de vida, diz o seguinte: “Uma pessoa tem uma razão muito boa para se sentir assim, se comportar dessa maneira, dizer essas coisas e acreditar nisso.”

O que não podemos permitir é que a falta de apoio, as informações e o medo da dor do parto sejam ainda um empecilho para inúmeras mulheres viverem essa experiência tão única e importante para ela e para seu bebê.

Acredito que independente da via de parto escolhida essa mãe merece se sentir uma deusa, principalmente respeitada e vivenciar uma experiência de parto positiva.
Esse é o lema do Método GentleBirth e o trabalho que tenho realizado com tanta alegria e gratidão.

Voltando para o tema medo da dor, hoje em dia com o respaldo da Neurociência e metodologia GentleBirth, conseguimos utilizar várias ferramentas que nos permitem construir novas conexões cerebrais sobre o parto e utilizar essas técnicas como formas de alívio para o desconforto, caso apareça.

Dor e sofrimento são coisas distintas.

Para dor, além de medidas farmacológicas, a prática de Mindfulness, Hipnose e utilizar afirmações positivas, são maneiras maravilhosas de se manejar um possível desconforto.

Sobre sofrimento, se sentir amparada, acolhida com os seus medos, acredito que além do apoio do(a) parceiro(a) contratar uma Doula para o parto é um investimento para a vida.
Essa profissional estará para te auxiliar nesse universo (o que para muitas mães pode ser a primeira vez) sem julgamento algum, apenas facilitando a você vivenciar essa experiência de forma plena e tranquila.

A prática de Mindfulness na Gestação tem sido assunto de inúmeras pesquisas e seus resultados são tão inspiradores que é algo que todo o médico deveria recomendar para suas pacientes durante o pré natal.

Além de diminuir o stress e a ansiedade, a prática diminui os riscos de parto prematuro, auxilia na construção da resiliência emocional dessa mãe, impulsiona sentimentos positivos, altera a sua percepção a dor e ajuda essa mãe a trabalhar os seus medos.

É inspirador testemunhar uma mãe, com um intenso medo do parto, cancelar uma cesariana programada porquê agora ela se sente confiante o suficiente na sua própria força para passar pelo processo do parto.

Seus benefícios vão além da gestação, e promovem um desenvolvimento saudável também na infância desses bebês.

Num estudo realizado em 2015 nos Países Baixos, os bebês cujas mães tinham uma alta consciência no início do segundo trimestre, tinham menos problemas de desenvolvimento. Aos 10 meses, de acordo com relatórios de mães conscientes, os bebês eram menos propensos a terem dificuldades em se estabelecer e ajustar-se a novos ambientes ("autorregulação") ou controlar a atenção e o comportamento ("controle com esforço"). Por exemplo, os bebês podem ser mais propensos a se acalmar mais rápido depois de chorar ou manter suas mãos longe de coisas que não deveriam tocar. O estudo indica ainda, que para os meninos, a diferença na autorregulação estava ligada às suas mães conscientes estarem menos ansiosas.

Para o alívio da dor a Hipnose é uma maneira incrível para enganarmos o nosso cérebro e controlarmos o estado emocional.
A Hipnose já é utilizada como forma de analgesia em diversas cirurgias na Europa. Seus riscos são muito mais baixos durante a operação, diminuindo imensamente a incidência de hemorragia e promovendo uma recuperação pós operatória muito melhor.

Durante o trabalho de parto, uma das experiências mais potentes para mim, é acompanhar uma mulher no ápice da sua conexão com si e com o seu bebê durante todo o processo. Principalmente nas fases de transição e no período expulsivo, essa conexão é maravilhosa e muito inspiradora.

No aplicativo do GentleBirth existem inúmeras Hipnoses não só apenas para o trabalho de parto mas sim para nos auxiliar a navegar pelo processos de conceber, gestar, parir e parentalidade com mais confiança e tranquilidade.

Utilizamos muito os áudios quando vivemos uma perda gestacional, durante nosso processo de pré concepção e hoje tem sido um grande aliado para nós durante a atual gestação, inclusive me ajudando a lidar com os terríveis enjoos do primeiro trimestre.

Ao sermos guiados pela auto-hipnose, abaixamos a frequência cerebral e acessamos nosso inconsciente de forma mais eficaz. Acessando a nossa sabedoria interior e inflamando a nossa confiança sobre nós, nosso corpo e nossas escolhas.
 
Para se ter uma ideia do seu poder, muitas pessoas estão usando a Hipnose como controle de glicemia e se livrando das picadas diárias de insulina.

No começo eu achava muito sem sentindo a prática de afirmações positivas, até começar a fazer e sentir um grande impacto na minha vida para melhor.

Cada pensamento que temos cria uma reação fisiológica em nosso corpo.
“Mesmo que não tenha sido seu hábito durante toda a sua vida até agora. Eu recomendo que você aprenda a pensar positivamente sobre seu corpo”. Ina May Gaskin

Nem preciso dizer que muitas vezes passamos uma grande parte do nosso dia nos criticando ou pensando em situações hipotéticas e trágicas.

Quando conseguimos notar os sentimentos por trás desses pensamentos, fazemos um exercício para transformar essa frase de um sentimento repelente para uma afirmação com o nosso sentimento atraente. Gosto de depois de definir essas afirmações e escrevê-las em algum lugar onde eu as visualize diariamente. Para os casais gestantes os convido a fazerem disso um ritual dos dois, mentalizando situações positivas para o parto. Esses escritos muitas vezes se transformam em bandeiras de afirmações positivas que eles levarão para o hospital ou pendurarão em casa deixando o ambiente mais acolhedor e repleto de sentimentos bons.

Acredito muito que o auto conhecimento é a chave para a libertação de todos nossos medos.

Temos muitas ferramentas hoje em dia que permitem que essas informações alcancem o maior número de mulheres para que elas se sintam encorajadas a vivenciar esses processos com mais confiança e acolhimento.

Facilito Workshops de Preparação Para o Parto GentleBirth mensalmente na Casa Moara aqui em São Paulo e abordo todas essas questões e outros diversos assuntos como Psicologia do Esporte, Terapia Cognitivo Comportamental, ferramentas da neurociência e medidas de conforto físico auxiliando casais e bebês a viverem um parto positivo.

O propósito por meio do meu trabalho é promover suporte a indivíduos e famílias compartilhando com eles os vários benefícios da aplicação do Método Feldenkrais® e a plenitude da sua existência pela experiência gentil e integral do nascimento.

Marianna Muradas
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"Breast Crawl" sua importância e Benefícios

4/13/2018

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Amamentação nas primeiras horas de vida é uma das recomendações de boas práticas para o parto pela OMS. O que muitas mães e pediatras ainda enfrentam é um desafio nesse primeiro e tão importante momento de interação da mãe e do bebê.

Pressões de exames, pesagem e a busca pela pega perfeita acabam muitas vezes deixando a mãe ansiosa e estressando o bebê, que não teve a sua pausa respeitada, prejudicando muito essa amamentação inicial.

Esse primeiro momento é de extrema importância para o imprinting psicológico, neuromotor e endócrino para mães e bebês. Dever ser respeitado e estimulado ao máximo para que se aconteça num ambiente acolhedor e tranquilo.
Em diversos países da Europa, Estados Unidos, Canadá e India onde os estudos dos inúmeros benefícios do “breast crawl reflex” é uma prática comum e muito incentivada em partos respeitosos.

O “breast crawl” ou reflexo de engatinhar até o seio da mãe é o contato imediato pele a pele do bebê com a mãe, colocado de barriga com barriga no abdômen da mãe, onde após alguns instantes todos os recém nascidos iniciam espontaneamente a busca pelo seio da mãe.

Parece que os bebês humanos, como outros mamíferos bebês, sabem como encontrar o peito da mãe (Klaus e Kennel, 2001). O Rastreamento da Mama está associado a uma variedade de componentes sensoriais, centrais, motores e neuro-endócrinos, todos direta ou indiretamente ajudando o bebê a se mover e facilitar sua sobrevivência no novo mundo.

O bebê colocado sobre o abdômen da mãe após alguns minutos inicia esse movimento em busca do seio o que promove para ele ativação e reconhecimento do olfato, visão e paladar. Entradas auditivas e toque a tornam confortável e ajudam a criar um ambiente adequado.

Por volta de uns 30 - 40 min após o nascimento o bebê irá também buscar o mamilo com seu reflexo de sucção, abrindo e fechando a boca e inicia a pega e amamentação do colostro.

Esse contato para a mãe, auxilia na contração do útero e dequitação da placenta, diminuindo enormemente o risco de uma hemorragia pós parto. O movimento do “breast crawl” e esse contato de massagear o colo e o seio da mãe facilitam a produção de ocitocina, que será altamente liberada na corrente sanguínea da mãe quando a sucção se iniciar e consequentemente produzirá a prolactina, hormônio responsável pela produção do leite materno.

A ocitocina é também conhecida como o hormônio do amor. Com esse contato respeitoso e acolhedor, ela é produzido em altas doses, tanto no cérebro da mãe quanto no do bebê. Fazendo que o reconhecimento e a ligação entre eles seja muito eficaz e potente.

A posição do bebê quando a pega no seio é realizada no “breast crawl” facilita muito a amamentação.
Estudos em neurobiologia do recém nascido demonstram que os reflexos de sucção e outros reflexos primitivos são mais ativos e mais eficazes quando o bebê está na posição de barriga para baixo. Essa posição semi-reclinada para amamentar é aconselhada por vários especialistas. Chamada também de Natural Breastfeeding position, Laid-Back Breastfeeding, ou Biological Nurturing.

Amamentação bem sucedida requer preparo, conhecimento e principalmente muito apoio!
Apoio de profissionais atualizados sobre o assunto, da família trazendo um copo de água e respeitando as decisões da nova mãe e de muito acolhimento de todos nessa nova fase.

Que possamos nos rodear cada vez mais de pessoas que respeitam e estimulam a pausa e esse reflexo tão importante para a mãe e para o bebê. Que essa prática respeitosa e atualizada se torne cada vez mais comum também aqui no Brasil.
www.canguruonline.com.br/sao-paulo/noticia/canguru-viu-e-curtiu/video-com-pratica-do-breast-crawl-em-que-bebe-busca-peito-da-mae-viraliza-na-web


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é com imensa alegria

3/6/2018

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Há um ano atrás o Theo foi promovido a irmão mais velho e agora a Banana foi promovida a irmã do meio!
Vem mais um ser de Luz compartilhar a sua jornada com a gente, transbordando gratidão por nossas escolhas até hoje e por termos sido escolhidos, compartilhamos com vocês esse momento de muita alegria e amor!


Apertem os cintos que vem textão sobre nossa jornada até aqui.


Como todos sabem sou Doula e trabalho com o universo da Maternidade já há alguns anos e com isso vem uma tremenda responsabilidade de honrar todas as informações que aprendi até hoje.
Assim que fiz minha formação minha querida instrutora Ana Paula Markel nos fez o convite de observarmos como havia sido o nosso nascimento e qual era o nosso desejo para nos tornarmos Doula, se o desejo fosse de curar um trauma nosso referente ao nosso nascimento ou nosso parir, devíamos investigar e tratar isso antes de irmos doular por aí.
Isso reverberou muito em mim, pois sabia muito pouco ou quase nada sobre o meu nascimento mas sim que com toda a certeza ele tinha sido traumático.
Sou filha adotiva e claro o momento do nascimento, que passei a estudar tanto e considerar sagrado, causam importantes imprintings.
Sim por mais que meu acolhimento pleno e nascimento na minha família aconteceu alguns dias depois, o que sou eternamente grata, meu nascimento e primeiras horas de vida tinham sim sido traumáticas.
Conto tudo isso, pois sei que foi nesse momento que me dei conta que a minha maternidade e o desejo por uma maternidade consciente foi concebida.


Por conta dessa reflexão voltei para a terapia, fiz hipnose de regressão intra uterina, anotei meus traumas, trabalhei um a um, me senti apta a Doular outras mulheres, me voluntariei como Doula de adoção, fiz cura e me conectei com o meu útero, renascimento, me divorciei, mudei de país, estudo de traumas transgeracionais, renascimento, Ho’oponopono e o mais importante de tudo: me reencontrei com meu grande amor! Dessa vez me sentindo plena e completa, com os ovários e cada célula do meu corpo desejando um bebê.


Não foi simples mas agradeço cada pedacinho desse processo!


Juntos começamos a falar sobre filhos e nosso desejo que isso acontecesse de forma linda no momento correto de nossas vidas. Eu tinha acabado de fazer a formação de Instrutora GentleBirth quando descobri que estava grávida. Foi um grande misto de susto e alegria com uma sensação de confusão pois não havia sido da forma consciente que eu tanto desejava.
A gestação não evoluiu e com todo o aprendizado que o luto nos permite, decidimos juntar nossos caquinhos daquele momento e ir atrás de todo o conhecimento para que a próxima concepção fosse consciente e a gestação plena, saudável, um fato concreto.


Fizemos sessões de Renascimento e voltamos a estudar todo o material da Dra Eleanor Luzes sobre Concepção Consciente da Ciência do Início da Vida.


Comecei a ministrar os Workshops GentleBirth e cada gestante que chegava até mim mais inflamava a minha confiança sobre os meus processos de conceber, gestar, parir e maternar.
Já havíamos usado muito o aplicativo quando tivemos a nossa perda gestacional e as hipnoses sobre perda tinha nos ajudado muito!
Passamos a fazer a jornada da Fertilidade, onde todos os dias dormíamos ouvindo as hipnoses e durante a manhã praticávamos Mindfulness, escrevi afirmações que ressoavam com a gente no espelho do banheiro e a cada dia fui notando, que conceber é muito além do que ato sexual mas que sim ele começa antes de tudo na nossa mente e espírito.


Ah, a nossa mente quando realmente entendermos o poder da nossa mente, quebraremos o sistema da escassez, começando pela indústria Farmacêutica! AHO!


Quando decidimos que estávamos prontos para conceber novamente, por mais que a ansiedade tentasse me dominar, que o processo poderia ser demorado etc etc. Eu escutava minhas células sussurrando em formas de arrepio, que tudo estava bem e que o nosso desejado bebê estava sim a caminho.


Paramos de nos proteger em novembro e no dia 31 de dezembro, por conta da mudança de comportamento da Banana e o meu mau humor do cão o Fabio me convenceu a fazer um teste de gravidez, ele tinha plena convicção que eu estava grávida.
Eu só achava ele maluco e claro por conta do mau humor não queria concordar com ele em hipótese alguma ;)!


Terminamos 2017 celebrando nossa sementinha ao redor de amigos em casa e com a certeza que 2018 será o melhor ano das nossas vidas!


Não divulgamos amplamente desde o início para todos, não por medo ou insegurança mas pelo simples capricho meu, de anunciar com uma foténha fofa de um narigudinhe com seus irmãos mais velhos.


Muito obrigada por cada carinho, cada profissional que compartilha conhecimento inflamando a confiança no nosso potencial humano, cada acolhimento de amigos na hora desafiadora e por esse amor que estamos sentindo vibrando em cada célula do nosso ser!
Nunca me senti tão em conexão com o Universo, seus mistérios, potência, amor e ah, há sim muitooooooo amor nesse planeta!


Para casais tentantes, fica aqui meu relato como um convite para vocês irem em busca dessas técnicas de auto-conhecimento. Pois mais do que conceber, servirão como um grande auxílio para o processo humano de vocês e de brinde vocês terão esse sonho também realizado!


Para os curiosos sobre o que estamos esperando?
Um ser humano.
O sexo?
O sexo foi maravilhoso!
Obrigada meu amor por esse momento e essa piadinha tão sua cara! Te Amamos Muito!!
Com muito carinho Mari

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Deu no The New york times - feldenkrais

1/24/2018

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Jane E. Brody
DO NYT, em Nova York
02/11/2017 10h57

Após sessões de duas horas concentradas primeiro em consciência corporal e, depois, em retreinar movimentos no Instituto Feldenkrais®, em Nova York, compreendi o que significava experimentar a incrível leveza do ser. Depois de liberar --ainda que temporariamente-- a tensão muscular que agrava a minha dor nas costas e no quadril, eu me senti caminhando em nuvens.

Há muito tempo evito escrever acerca desse método de debelar a dor, porque achava que fosse algum tipo de papo furado sem base científica. Como eu estava errada!
O método Feldenkrais® é uma entre as várias técnicas de movimento cada vez mais populares, semelhante à técnica Alexander, que tentam integrar melhor as conexões entre corpo e mente. Ao se tornar consciente de como o organismo interage com seus arredores e ao aprender como se comportar de um jeito menos estressante, é possível abandonar padrões habituais de movimento que causam ou contribuem para a dor crônica.
O método foi desenvolvido por Moshe Feldenkrais, israelense, engenheiro mecânico e especialista em artes marciais, depois que uma lesão no joelho ameaçou deixá-lo incapacitado de andar. Valendo-se de seus conhecimentos da gravidade e da mecânica do movimento, ele desenvolveu exercícios que ajudam a ensinar ao corpo formas mais fáceis e eficazes de se movimentar.

Procurei o instituto a pedido de Cathryn Jakobson Ramin, autora do recém-publicado livro "Crooked" (torto, em tradução livre para o português), que detalha a natureza e os resultados de praticamente todas as abordagens atuais para tratar a dor nas costas, problema que me aflige mais ou menos (recentemente tem sido mais) há décadas. Como ela mesma se beneficiou com o método, Ramin tinha bons motivos para crer que ele poderia me ajudar.
No livro, ela conta a experiência de Courtney King, que começou a sentir espasmos paralisantes nas costas por volta dos 30 anos. King fazia aulas de dança uma vez por semana e praticava ioga, por isso acreditava que o estresse dessas atividades pudesse estar causando a dor. Contudo, após várias sessões de Feldenkrais®, ela disse a Ramin: "Vi que a dor tinha mais a ver com a forma como eu me movimentava todos os dias."

Com apenas uma sessão, entendi o que ela quis dizer. Quando decido caminhar ereta e fluidamente, sentar reta, cozinhar relaxada e sem pressa, não sinto dor. Os movimentos repetitivos, lentos e suaves que pratiquei durante uma aula em grupo de Feldenkrais® ajudaram a fomentar a consciência de como uso meu corpo em relação ao meu ambiente, e consciência é a primeira etapa para mudar o comportamento de uma pessoa.
Um problema comum pelo qual costumo ser culpada é utilizar músculos pequenos para realizar atividades destinadas àqueles responsáveis por tarefas pesadas, resultando em dor e fadiga indevidas.

A aula em grupo, chamada consciência através do movimento, foi acompanhada por uma sessão individual de integração funcional com um terapeuta que me ajudou a libertar músculos e articulações rígidas que limitavam meus movimentos, aumentando o desconforto. Ao usar a manipulação suave e movimentos passivos, o terapeuta individualizou sua abordagem às minhas necessidades particulares.
Método ajuda a reprogramar o cérebroO objetivo final das duas sessões é retreinar o cérebro --estabelecer novos percursos neurais que resultem em movimentos simples, fáceis, efetivos fisiologicamente e confortáveis.
Embora o método Feldenkrais® tenha sido desenvolvido em meados do século XX, desde então neurofisiologistas demonstraram a plasticidade do cérebro, sua capacidade de formar novas células, de se reorganizar e, na verdade, aprender jeitos novos de fazer as coisas.

A beleza das aulas de Feldenkrais® é que elas são relativamente baratas (aulas em grupo variam de US$ 15 a US$ 25, as sessões individuais ficam entre US$ 100 e US$ 200), sendo potencialmente acessíveis para praticamente todos. Existem mais de sete mil professores e instrutores em 18 países, incluindo um grande número de profissionais nos Estados Unidos. Não existem limitações de idade, força, nível de condicionamento físico e estado de bem-estar para participar. Os exercícios são lentos, suaves e ajustáveis a qualquer coisa que o aflija. Seus efeitos calmantes combatem o estresse resultante de músculos contraídos, rigidez e dor.

Instrutores de Feldenkrais® como Marek Wyszynski, diretor do centro nova-iorquino, geralmente começam a vida profissional como fisioterapeutas. Depois fazem três anos de estudos para receberem o diploma do método.
Wyszynski diz que começa observando como o paciente se senta, fica em pé e caminha de uma forma que podem causar ou colaborar para sua patologia, quer seja uma hérnia de disco, artrite, dor no ombro ou articulações desgastadas. Segundo a observação astuta de Feldenkrais, "se você não sabe o que está fazendo, não pode fazer o que deseja", os pacientes recebem uma experiência sensorial nítida de como sua postura e comportamento contribuem para sua dor e limitações físicas.

Por exemplo, algumas pessoas podem usar força excessiva, ranger os dentes, segurar o fôlego ou se apressar, provocando tensão muscular indevida e estresse ósseo. Anos atrás, percebi que minhas dores de cabeça frequentes resultavam do hábito inconsciente de apertar a mandíbula quando me concentrava intensamente em tarefas como costurar ou cozinhar.
Os instrutores de Feldenkrais® não dão fórmulas de comportamento adequado; em vez disso, eles se valem da capacidade do paciente de se autodescobrir ou autocorrigir.
Quando estão cientes dos hábitos contraproducentes, os alunos têm a oportunidade de experimentar movimentos, posturas e comportamentos alternativos e, por meio da prática, criar novos hábitos com menor probabilidade de causar dor.

Wyszynski me disse que existem mais de mil aulas de Feldenkrais® disponíveis, a maioria envolvendo ações cotidianas como se esticar, levantar de uma cadeira, se virar, se curvar e caminhar.

Como engenheiro mecânico e médico, Feldenkrais sabia que a função do esqueleto humano era acomodar os efeitos da gravidade para permanecer ereto. E ele queria que as pessoas chegassem a isso da forma mais eficaz possível.
Usando dois cilindros altos de espuma, um sobre o outro, Wyszynski demonstrou um princípio norteador do método Feldenkrais®. Quando o cilindro superior estava centrado sobre o inferior, ele ficava no lugar sem ajuda. Porém, quando não estava, ficando alinhado na borda do cilindro inferior, ele caía. Se, em vez de cilindros, fossem partes do esqueleto humano formadas por músculos enrijecidos e tortos, eles teriam de impedir a queda do paciente.

Nas palavras de Wyszynski: "A boa postura permite que o esqueleto contenha e apoie o corpo sem gastar energia desnecessária apesar da força da gravidade. Entretanto, com a postura ruim, os músculos desempenham uma parte do trabalho dos ossos e, com pouco suporte do esqueleto, eles precisam permanecer contraídos para impedir a queda do corpo".

Tradução e gratidao a equipe: SOMADOSER 

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Resiliência Emocional

11/13/2017

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Um dos objetivos mais importantes do programa Gentlebirth é construir resiliência emocional, para que possamos lidar com qualquer adversidade no dia e nas semanas intensas após a chegada do bebê.

Ser resiliente não significa ser imune ao sofrimento e adversidades e muito menos viver no mundo de Pollyana. Mas sim a nossa capacidade humana de lidar, superar, aprender ou mesmo ser transformada pelos inevitáveis desafios da vida

A palavra emprestada do termo da física onde nos remete a ideia de flexibilidade, resistir a pressão e voltar a sua forma original. Para mim aplicada a vida e a psicologia é a nossa habilidade de crescer. Não necessariamente voltaremos a nossa forma original mas com certeza não ficaremos fragmentados, mas sim mais inteiros.

Antigamente acreditava-se que era um fator genético, algumas pessoas era mais resilientes que outras. 
Hoje a neurociência nos demonstram que a resiliência é algo bem mais além que um simples fator genético. E sim algo que é orientado por fatores psicossociais, neurológicos e principalmente algo que tem como ser praticado e desenvolvido.

O nosso foco altera a nossa fisiologia e todo nosso sistema endócrino, pessoas resilientes possuem um controle mais efetivo, a nível neurológico, de hormônios como a adrenalina, a noradrenalina e o cortisol. 
Diante de uma ameaça, estes três neurotransmissores surgem no cérebro, mas quando o foco ameaçador desaparece, a pessoa mais resiliente fará com que esses três hormônios desapareçam imediatamente. 
Em compensação, a personalidade menos resiliente continuará sentindo essa ameaça psicológica de forma persistente, porque ainda existirá um excesso de cortisol, adrenalina e noradrenalina em seu cérebro.

O cérebro das pessoas resilientes se caracteriza, também, por um uso muito equilibrado de dopamina. Este neurotransmissor, relacionado à recompensa e à gratificação, é muito útil para nos fazer enfrentar a adversidade.

A possibilidade de exercitar e ampliar essa qualidade foi um dos fatores que mais me encantou nesse método de educação perinatal.
Para mim o Gentlebirth vai muito além de te preparar para o parto, pois ele proporciona ferramentas que te preparam para a vida e todos os seus processos e momentos.

Além de acolher todos os tipos de partos e entender que o que importa mesmo é a mulher ter sido respeitada e que ela e o seu bebê tenham tido uma experiência de parto positiva.

Segue uma lista de fatores de características, que um estudo sobre resiliência com pessoas que sobreviveram os atentados de 11 de setembro em NY revelou:
  • Consciência emocional: pessoas com consciência emocional compreendem o que estão sentindo e por quê. Eles também entendem melhor os sentimentos dos outros porque estão mais em contato com sua própria vida interior.
  • Perseverança: se eles estão trabalhando em direção a objetivos externos ou em estratégias de enfrentamento internas, eles são orientados para a ação - eles confiam no processo e não desistem.
  • Foco interno: eles acreditam que, em vez de forças externas, estão no controle de suas próprias vidas. Essa característica está associada a menos estresse porque as pessoas com um local de controle interno e uma visão realista do mundo podem ser mais pró-ativas em lidar com estressores em suas vidas, mais orientadas para a solução e sentir maior senso de controle, o que traz menos estresse.
  • Otimismo: eles vêem os aspectos positivos na maioria das situações e acreditam em sua própria força. Isso pode mudar como eles lidam com problemas de uma mentalidade de vítima para com um poderoso, e mais escolhas se abrem.
  • Apoio: Embora eles tendem a ser indivíduos fortes, eles conhecem o valor do apoio social e são capazes de se cercar de amigos e familiares de apoio.
  • Senso de Humor: pessoas fortes em resiliência emocional são capazes de rir das dificuldades da vida. Isso pode ser um grande trunfo, pois ele muda a perspectiva de ver as coisas como uma ameaça para vê-las como um desafio, e isso altera a forma como o corpo reage ao estresse. Eles também conseguem uma boa risada com mais freqüência, e isso também traz benefícios.
  • Perspectiva: pessoas resistentes são capazes de aprender com seus erros (em vez de negá-los), vêem os obstáculos como desafios e permitem que a adversidade os torne mais fortes. Eles também podem encontrar significado nos desafios da vida ao invés de se ver como vítimas.
  • Espiritualidade: estar conectado ao seu lado espiritual tem sido conectado com uma forte resiliência emocional, especialmente se você estiver conectado internamente e não apenas passar pelos rituais e serviços. (Isso não significa que as pessoas que não são espirituais não podem ser resilientes, só que essa conexão foi encontrada).

Querem aumentar essa nossa capacidade tão poderosa e transformadora? 
Dias 18 e 19/11 Workshop GentleBirth na Casa Moara aqui em São Paulo 

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"Feldenkrais é muito mais do que movimento por Buffy Owens"

10/5/2017

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Minha querida amiga e educadora Feldenkrais® Buffy Owens escreveu esse artigo brilhante sobre como o Método Feldenkrais foi para ela muito além do que apenas uma ferramenta para melhorar a sua qualidade de movimento. 

Como eu acredito muito que a inspiração cresce quando é compartilhada. Pedi a autorização dela para traduzir para o português e compartilhar como vocês esse artigo tão potente! 

A Buffy trabalha em Troy em NY e é uma grande inspiração para mim. Foi ela que me explicou sobre o Método quando eu entrei desesperada desejando iniciar a formação para ontem. Com a sua gentileza e conhecimento me conduziu sobre o Instituto e só reafirmou em mim o encantamento por esse Método, que permite com que eu me conheça e aprenda mais e mais sobre mim a cada dia.

Segue o site da Buffy para quem quiser se deliciar com os seus outros textos https://consciousmovements.com/


"Feldenkrais é muito mais do que movimento
por Buffy Owens


EU AMO ler o livro The Elusive Obvious! (O Elusivo óbvio)
O livro só está disponível no formato capa dura; o que me traz um tipo especial de gratificação sensorial. Enquanto mantenho o livro em minhas mãos, posso sentir a força da ligação e a textura sutil abaixo da minha ponta dos dedos. A simplicidade da capa preta e branca delicia meu espírito minimalista, pois o título me sugere aprofundar uma abordagem koan-istic para mover e aprender.

Enquanto folheio as páginas densas e fibrosas, digiro cada palavra de maravilha somática. Minha mente começa a dobrar em direção a uma percepção mais profunda de que este trabalho, O Método Feldenkrais®, é muito mais do que o movimento.

"Não há praticamente nenhum limite para a qualidade do desempenho que A Consciência pelo Movimento não transcenderá. O processo de auto-direção está sendo melhorado, e não qualquer movimento particular. A conquista particular é incidental e é um prêmio adquirido para uma melhor aprendizagem. "(Pág. 110)

Ao ler a citação acima, reflito sobre as minhas próprias experiências fazendo conscientização através do movimento, bem como as que observei em outros. Lembro-me de que o aprendizado é um dom da vida, e um dos mais poderosos tipos de aprendizagem é o de conhecer a si mesmo.

Como nos movemos
Eu amo como as maneiras pelas quais trabalhamos, na classe começa a reverberar ao longo de nossas vidas. Para muitos isso significa mover-se mais devagar, fazer menos e sentir mais! Para a maioria, isso é algo novo.

Para outros, significa mover-se mais, movendo-se com mais variedade, movendo-se com mais graça e movendo-se com mais espontaneidade. Isso significa voltar a voltar para a compulsão interna para se mover quando houve muita calma e descanse quando houve muito movimento. Significa voltar a se conhecer e confiar nas pistas que recebemos de nossas paisagens internas.

Como nos movemos pode nos trazer dor ou prazer. Como nos movemos, podemos nos ajudar a saciar nossas necessidades mais primitivas, como comer e procriar. Mas como nos movemos também pode nos trazer mais para o momento e aprofundar nossas experiências de nós mesmos e do nosso mundo.

Como nos envolvemos
A forma como nos envolvemos com nós mesmos afeta a forma como nos relacionamos com os outros.

Agora, para ser franco, admito que estou trazendo toda a minha experiência e interesses passados ​​na minha prática Feldenkrais - pessoalmente e profissionalmente. Muito antes de me tornar uma Educadora Feldenkrais®, comecei a meditar. O que realmente me atraiu sobre o Método Feldenkrais foi que parecia ser uma expressão de meditação em movimento. Agora, quero dizer, mais do que simplesmente sentar na almofada, assim como eu quero dizer mais do que movimento. Essas formas de prática, oferecem formas diretas de entender como nos relacionamos com a vida.

Uma coisa que ficou bem clara, é que continuar a explorar a consciência através do movimento. Nos ajuda a encarnar o princípio de não julgamento, ao mesmo tempo em que refinamos a nossa capacidade de discernir as nossas sensações, o que é ideal para nós e as delicadas sutilezas de cada envolvimento com vida. À medida que nosso julgamento diminui e nosso discernimento cresce, ficamos mais curiosos.

Esta curiosidade parece suavizar as nossas bordas de alguma forma. Antes de conhecê-lo, nossos relacionamentos mudam e um senso geral de liberdade começa a permear nossas vidas.

Aprender é um dom da vida e um dos mais poderosos tipos de aprendizagem é o de conhecer a si mesmo. -Buffy

Como mudamos
Antes da meditação e das práticas de Feldenkrais, muitas vezes eu me achava fazendo coisas que eu não queria fazer, apenas por hábito. Mesmo que eu quisesse mudar, não consegui descobrir como fazê-lo facilmente. Na verdade, e odeio admitir isso, nos meus vinte anos uma grande parte do "desenvolvimento pessoal" foi o jogo de "Encontrar o que há de errado comigo mesma e corrigi-lo" repetido uma e outra vez.

Isso foi condenatório por dois motivos. Primeiro, o crescimento pessoal sentiu-se como uma luta. Francamente, estou certa de que foi minha crença no momento em que "se não é difícil, não vale a pena ..." ou algumas besteira assim. Em segundo lugar, essa perspectiva prepara o cenário para sempre procurar o que não está funcionando. QUE DROGA!

Avanço rápido através de vários anos de meditação e exploração Feldenkrais e algo grande mudou. EU NÃO MAIS PROCURO O CORRETO. Eu não procurei mais o que não estava funcionando, mas em vez celebro o que foi e comecei a ver o brilho em tudo o que fiz, mesmo honrando esses meus 'maus hábitos' como uma estratégia que me serviu bem em algum momento.

Não tenho certeza exatamente quando essa mudança aconteceu. Imagino que foi mais uma mudança gradual ao longo do tempo ... mas uma grande mudança, no entanto.

Então, conte, meu meditador ou criador de movimento consciente ... Quais mudanças você descobriu dentro?"






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Uma carta para mim

5/29/2017

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Hoje eu voltei para a academia e cada vez que o professor se aproximava me perguntando se estava tudo bem, eu tinha que respirar fundo e segurar o choro e respondia que sim, está tudo bem. Mas na verdade…
Não estou nada bem e está sendo bem mais difícil do que eu imaginava. E que grande aprendizado tudo isso está me proporcionando.
Tantos padrões de medos, a angústia e a incerteza estão sendo escancarados na minha cara.
Por que a rainha da empatia e gentileza com os outros está sendo tão dura consigo nesse processo?
Todo trauma pessoal que eu acessei até hoje em minha vida, eu fui afundo em investigá-los e aceitei toda a ajuda em seu processo de cura. 
Há dois meses atrás dei um discurso lindo sobre o quanto a verbalização das nossas dores, tratar dos nossos traumas abertamente é importante para entender o que eles nos ensinam e diminuir a dor que eles nos trazem. 
E agora cá estou eu, sofrendo há uma semana em silêncio, tentando a cada dia incorporar todas as palavras de encorajamento que ouvimos mas tentando principalmente voltar a vida como se nada tivesse acontecido.
Mas aconteceu, muito e sim dói e não é fácil. Acordar com a mão na barriga é terrível e estar desconfortável com o meu corpo também. 
Espero que com essa carta e a cada sílaba digitada o processamento dessa dor se torne mais gentil e ameno. 
Desde o segundo que descobrimos que eu estava grávida eu percebi que todo o conhecimento sobre o tema e que todas as palavras de apoio que eu já disse à todas as mulheres, não estavam tendo o mesmo efeito sobre mim.
Fui tomada por uma ansiedade maluca e cometi erros crassos, como fazer um ultra som cedo demais e me preocupar muito com os comentários alheios, tipo que ainda era muito cedo para anunciar a gravidez.
A minha playlist de parto está pronta há anos, a segurança de um parto domiciliar humanizado e tranquilo também, equipe gentlebirth, técnicas de conforto, rebozo e tudo mais que resolvido.
Mas nunca tinha me preparado para lidar com essa loucura de alteração de hormônios do primeiro trimestre, o que se deve comer e evitar mas principalmente do pânico caso a gravidez não se desenvolvesse de forma saudável.
Foi nítido para mim que quanto mais medo eu sentia maior ele se tornava, há duas semanas atrás eu finalmente consegui verbalizar para uma das pessoas mais doce e gentil que eu conheço que estava com muito medo de perder o bebê. 
Ela da sua forma carinhosa me disse para abraçar o meu medo, e que não importava se ele vinha de um pensamento do passado ou do futuro ele era legítimo e era meu. Que o acolhimento do meu medo era acolher a mim mesma. 
Essas palavras vieram com tanto acalanto até mim que hoje me dei conta que preciso agora acolher a minha dor. Ela é minha, é legítima e é muito concreta.
Dar a notícia da gravidez a nossas famílias foi um dos momentos mais especiais da minha vida até hoje e não, eu não quero apagar essa alegria da minha memória. 
Dar a notícia que havíamos perdido o bebê tem que nos proporcionar o mesmo acolhimento e amorosidade. 
Por que permitimos que seja tão difícil falar sobre nossas dores? Elas nos tornam tão humanos quanto as nossas alegrias!
Como uma mente Feldenkrais quero através dessa carta ampliar os padrões que já estão disponíveis, suspender o meu julgamento sobre mim, diminuir o meus esforço e grifar tudo o que eu ouvi esses dias que me fizeram muito bem.
Uma amiga querida me lembrou uma citação de um professor nosso que na hora que eu li foi um abraço delicioso. “Senti o que você estiver sentindo, o que quer que sejam os sentimentos pois dessa forma a vida segue”. 
A terapeuta de leitura de aura me enviou as palavras mais doces no dia que a dor estava insuportável. Depois dessa informação que ela compartilhou comigo, a angústia de ouvir os outros dizerem: “já já vocês engravidam de novo" parou de soar que nem uma lança cravada no peito. 
Ela me disse: “querida Mari infelizmente isso é muito comum, pois vocês fizeram um pedido e um pacto com esse ser de luz para que ele viesse purificar seu útero dos traumas passados num processo de preparação para a gestação. Ele cumpriu seu trabalho e essa dor é só o processo da transição.” 
Outra amiga amada e psicóloga me lembrou o quanto é mais fácil lidar com as expectativas alheias do que com as nossas. E com muita gentileza me envia seu Oi estou pensando em você e te mandando um carinho <3 
A terapeuta de renascimento, técnica que eu estava interessadíssima a fazer, quando eu ainda achava que esse ano eu só gestaria o livro sobre adoção. 
Nos enviou um abraço tão apertado que eu senti na mesma hora, perguntou se eu tinha alguma dúvida sobre o processo de eliminação pelo corpo e seu eu estava tranquila. 
E lindamente nos sugeriu escrever uma carta de despedida para o bebê, agradecendo por tudo que eles nos despertou e queima-lá em seguida. 
De todas as cartas de amor que nós trocamos nesses anos todos de relacionamento essa foi a carta mais doce que já escrevemos e também um dos momentos de maior conexão que tivemos.
A todos que tiveram a coragem de nos escrever mesmo que para dizer que não tinham palavras, o meu MUITO Obrigada! A nossa família que sofre pela nossa dor e que só aumenta o nosso amor! 
Cada sentimento de carinho enviado por vocês foi sentido e recebido com muita gratidão.
Ao meu Amor, obrigada por cada abraço, cada cuidado e tentativa de amenizar a minha dor ao mesmo tempo que a sua também dói tanto. 
Tivemos tantas separações e reencontros em nossas vidas, que hoje tenho a plena certeza que só nos fortificou para poder viver essa despedida e intensificar o nosso amor e admiração pelo outro. 
Mas agora com a certeza que ainda teremos muitos reencontros e alegrias nessa jornada. 
Te amo muito e você é um Pai incrível!
As minha amigas gestantes, clientes e mulheres que passam por qualquer dúvida e desejarem compartilhar comigo, estou aqui mais completa do que nunca e com mais desejo de ouvir a história de vocês. 
Pois sei que cada alegria sentida por vocês irá intensificar a minha segurança em mim, a capacidade de gerar e o respeito pelo meu processo e o seu tempo.
A todos que sofrem qualquer dor e precisarem de uma escuta e um carinho contem sempre comigo!
Com amor e como um lembrete para eu ser mais gentil comigo mesma,
Marianna Muradas 
PS: A foto que eu me senti mais bonita do que nunca e que agora num misto de dor, alegria e gratidão eu compartilho com vocês.
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Esclerose Múltipla e o Método Feldenkrais®

4/24/2017

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Tradução do excelente artigo escrito pela Beth Rubenstein Educadora Feldenkrais, Fisioterapeuta e membro  da Southern California Chapter of Multiple Sclerosis Society. 

"
O Método Feldenkrais explora a Neuroplasticidade. 
A esclerose múltipla é uma doença que afeta o cérebro, o sistema nervoso. 
Eu trabalho frequentemente com alunos que têm Esclerose Múltipla, (EM). Além de trabalhar com pessoas com Esclerose Múltipla, tenho também um relacionamento próximo e pessoal. Enquanto eu não tenho a condição real, essa doença existe em minha vida desde que eu tinha quatro anos e meu pai foi diagnosticado.
Por diverso motivos eu acho que o Método Feldenkrais® é uma abordagem ideal para facilitar ferramentas de aprendizado a pessoas com Esclerose Múltipla.

Uma vez que sabemos que a EM pode afetar qualquer parte do sistema nervoso que é coberto com mielina (o "isolamento" que cobre os nervos), qualquer abordagem para aumentar a função dele deve envolver toda a pessoa. 
Isso torna o método Feldenkrais® uma boa combinação; Não só porque conecta uma parte do corpo com as outras, mas porque não envolve estresse, uso de energia aumentada, dor ou suor. 
Além disso, ele realmente pode diminuir uma temperatura corporal excessivamente aquecida e principalmente por relaxar o sistema de "luta ou fuga".

O que também torna o método Feldenkrais ® tão efetivo para EM é que, dependendo do tipo que a doença se apresenta, os sintomas podem variar muito de dia para dia. 
Uma vez que o método Feldenkrais ® é sobre a consciência, como alcançá-la, e como usá-la, o aluno (paciente) é capaz de avaliar-se continuamente e criar suas próprias estratégias de mudança.
A combinação de consciência e flexibilidade é muito poderosa na luta contra os efeitos desta doença. 

Todos nós temos um enorme potencial para aprender, não importa qual seja a nossa capacidade física em qualquer momento. 
Aprender sobre conscientização, flexibilidade e mudança melhorará a função.
A maioria das pessoas nunca pensa sobre o que eles fazem ou como eles se movem, ou seja, até que o movimento se torne um pouco mais difícil. 
Quando desaceleramos e prestamos atenção à maneira como nos movemos e ao que fazemos, somos capazes de ajustar nossos movimentos e ações. 
Em outras palavras, como Moshe Feldenkrais disse: "Se você sabe o que está fazendo, pode fazer o que quiser". 
É exatamente isso que aprendemos quando praticamos o Método Feldenkrais®.

Se você tem EM, ou conhece alguém que tem, (há aproximadamente 200.000 pessoas nos EUA e 2,5 milhões em todo o mundo com MS), então você sabe sobre alguns dos sintomas debilitantes. 
Pois os sintomas são tão variados, quando se trabalha de EM, é preciso ter uma compreensão clara da conexão do cérebro e do corpo. 
Não se pode "corrigir" uma parte sem afetar as outras. Não podemos mudar o andar se não trabalharmos o respirar, ou sabermos aonde estamos no espaço. 
O Método Feldenkrais® baseia-se nas ligações das peças e do conjunto e como funcionam em conjunto e separadamente.

Caminhar é a principal razão que as pessoas com EM vêm à minha procura. O que você precisa para poder andar? Vamos começar com uma consciência de onde suas partes do corpo estão no espaço. 
Na linguagem médica, isso é chamado de cinestesia /propriocepção. 
Eu levo você através de uma série de seqüências de movimento, verbalmente ou através do toque.
Estes movimentos muito suaves e fáceis permitem-lhe relaxar. Quando você se torna relaxado, pode explorar o movimento. Você pode tornar-se consciente de padrões de movimento que estão te segurando.
Você pode aprender a abandonar padrões de movimento habituais que não estão mais funcionando nesse contexto. 
Sem dúvida, eles costumavam trabalhar, mas não agora. Através das lições de movimento sutil, pode-se desenvolver a consciência, alcançando a flexibilidade e a coordenação.

Outro sintoma que dificulta a caminhada é a espasticidade. 
Espasticidade é quando ocorre um aumento do tônus muscular, envolvendo hipertonia e hiperreflexia, no momento da contração muscular, causado por uma condição neurológica anormal.
O método Feldenkrais ® incentiva os alunos a mover-se com pouco esforço, permitindo-lhes parar ou inverter qualquer movimento antes que os músculos possam ficar hipertônicos ou hiperflexos 
Os movimentos são lentos, gentis e seguros. Você será capaz de modular a forma como seus músculos começam a ação. Se permitido fazer pequenos ajustes com base em sua própria percepção.

Problemas com a coordenação são bastante comuns entre as pessoas com esclerose múltipla, devido à diminuição da comunicação no cérebro e medula espinhal. A coordenação é complicada, na melhor das hipóteses. 
Ações utilizam determinadas seqüências musculares. Um exemplo, você dobra seu joelho, e levanta seu pé antes que seu quadril mova sua perna para a frente para andar. No entanto, antes mesmo de mover as pernas, você vê algo que você queira caminhar até, na realidade ou na sua imaginação. 
Você também tem que manter uma postura ereta e você deve estar respirando, se você quiser mover-se eficientemente. As sequências de movimento em qualquer modalidade do Método Feldenkrais® ensinam o controle do movimento no espaço. Isso inclui a capacidade de controlar direção, qualidade e velocidade.

Muitas vezes as pessoas com EM têm dificuldade em manter o equilíbrio. 
Através do Método Feldenkrais®, os alunos com EM têm a oportunidade de explorar a "postura dinâmica", onde o esqueleto carrega o peso e os músculos são liberados para se moverem mais eficientemente. A relação entre o esqueleto e os músculos é explorada.

Existem três tipos principais de EM;
- Esclerose múltipla remitente recorrente (EMRR)
- Esclerose múltipla primária progressiva (EMPP)
- Esclerose múltipla secundária progressiva (EMSP). 
Mas mesmo que haja fatores comuns entre aqueles com EM, o diagnóstico é extremamente individual. Isso significa que não há nenhuma abordagem padrão, cada caso é um caso. Ainda assim, existem semelhanças, por isso vamos considerá-las aqui...
Cinestesia, espasticidade, coordenação, equilíbrio, calor, estresse, fadiga e flexibilidade .

O calor pode causar um agravamento temporário dos sintomas da EM e o estresse e a tensão podem elevar a temperatura corporal. 
Com o movimento suave de uma aula de Feldenkrais®, um participante pode aprender a liberar estresse e tensão. 
Isso ajuda a diminuir o calor, permitindo que a energia do corpo flua livremente. 
Usando atenção e respiração, pode-se aprender a detectar (e assim evitar) o aumento da temperatura corporal antes que os problemas comecem.
Viver com EM pode significar mudança e estresse. 
Estresse esgota um indivíduo tanto emocionalmente e fisicamente e aumenta a fadiga. 
Utilizar o Método Feldenkrais® ajuda as pessoas com EM a aprender como funcionar em um estado mais relaxado, acalmando assim o sistema nervoso simpático (sua resposta de "luta ou fuga"). 
Uma vez que os movimentos são baseados em atividades funcionais, as pessoas têm a oportunidade de Notar seus padrões de ansiedade habituais e explorar maneiras mais eficazes de lidar. Aumentando a sua resiliência física e emocional. 
Enquanto ensinava classes regulares para a Associação do Sul da California de Esclerose Múltipla, freqüentemente nos encontrávamos em lugares desafiadores. Muitas vezes havia ruído ou movimento na sala, mas eu escolhi não mudar a localização dessas sessões. Pois eu sabia que meus alunos precisavam aprender a acalmar-se e sentir-se confortável em todos os ambientes. Afinal, shopping centers, restaurantes barulhentos e engarrafamentos não vão desaparecer apenas porque você tem EM!

Fadiga pode ser o maior desafio, porque podemos criá-lo sem mesmo perceber. 
Esforço, tensão e fadiga são muitas vezes o resultado de pequenos músculos fazendo o trabalho de maiores. 
O aprendizado não ocorre quando a fadiga está presente, para que os alunos tenham a oportunidade de modular o seu próprio senso de fadiga. Durante as lições os participantes são encorajados a se moverem ou descansarem em seu próprio ritmo, ganhando autonomia e controle sobre a fadiga.

Flexibilidade é a capacidade de mudar e usar uma parte diferente do corpo para uma atividade. 
Aprender a usar os músculos para mover em vez de se apoiar irá melhorar a amplitude de movimento e ajudará na conservação da energia, o tornando mais eficaz. Iniciando o movimento através dos grandes músculos, mais perto do centro do nosso corpo também permite uma distribuição mais proporcional do movimento, e que conserva energia e força. Essas são as chaves para manter a articulação e flexibilidade muscular que é tão importante para a caminhada e outras atividades da nossa vida diária.

Embora eu acomode todos os níveis de habilidade e use muitas configurações diferentes, eu gosto de lições no chão, porque ajuda as pessoas a se sentir, e sentir de uma maneira diferente e explorar o que funciona. 
Isso permite que os alunos descubram uma nova maneira de andar, levantar-se do chão, ou brincar com uma criança. Ensino meu aluno a perceber o que está acontecendo.

Peço aos alunos para fazer menos do que eles podem, para que eles possam se concentrar em aprender a ser seu próprio "conselheiro interno". 
Uma vez que o movimento se torna mais fácil, eles naturalmente querem fazer mais."
​Beth Rubenstein

Se você convive com a Esclerose Múltipla ou conhece alguém que possa se beneficiar com esse artigo e com o Método Feldenkrais® compartilhe. Gratidão Marianna 

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GENTLEBIRTH chega ao Brasil

4/12/2017

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Semana passada eu tive o privilégio de me juntar ao time de mulheres de cada canto desse Brasil lindo de meu Deus para o treinamento de instrutoras Gentlebirth.
Confesso que caí lá de paraquedas, dessas coisas que o Universo joga no colo da gente e a gente só agradece.
Estava sem muitas expectativas e sem muito entender qual era essa nova metodologia.
E como quase tudo na vida, quando começamos com uma expectativa baixa nos surpreendemos muito.
Dessa vez não foi diferente, saí de lá após 5 dias de trocas tão ricas, de um acolhimento tão incrível e com a imensa vontade de espalhar esses ensinamentos à todas mulheres do Brasil!
Minha paixão pelo mundo do nascimento aconteceu de uma forma muito poderosa e foi fundamental para meu processo de aprimoramento emocional. 
Como Educadora Feldenkrais, princípios como o não julgamento, a observação e conceitos da neuroplasticidade já eram tópicos do meu dia a dia e a maneira como eu encarava minha vida.
Muitas vezes quando eu contava que eu era doula, sentia uma resistência nas pessoas em pensarem que eu era daquela ativista pró parto embaixo de uma cachoeira e com um copo de smoothie de placenta na mão (eu sou uma dessas, mas no que diz respeito ao meu desejo de parto), quando na verdade a Doula proporciona suporte emocional e o que importa são os desejos da Mãe.
Eu observava que as pessoas se engajavam mais no assunto e se sentiam mais a vontade para compartilhar suas experiências, desejos e dúvidas.
Como uma boa Doula amo evidências científicas e bater um papo sobre isso me gera muito prazer.
Sem mais delongas, para mim o Gentlebirth é o amadurecimento da Humanização aonde o conceito de Parto Positivo é aquele que independente da via que ele ocorra (Natural, vaginal medicado, cesárea eletiva, adoção) seja uma experiência positiva pela perspectiva da mãe e do bebê.
Ele reúne o que há de mais moderno em pesquisas de neurociência, fisiologia do parto, psicologia do esporte, hipnose e práticas de meditação.
Após um workshop de dois dias aonde esses temas serão abordadas de forma muito acessível, o casal receberá as informações para criarem juntos um mindset e visualizações para o parto.
Aonde a frustrações de imprevistos é diminuída pois o enfoque não é apenas em se ter o parto perfeito, mas sim auxiliar o casal a usufruir de ferramentas que proporcionam uma resiliência emocional muito importante. Todas as decisões tomadas por eles serão baseadas em uma frequência de calma e entendimento, os ajudando a saírem da frequência do medo, ansiedade e estresse.
Essa resiliência emocional não é só muito importante para o momento do nascimento mas também no puerpério, já que sabemos que os desafios da maternidade acontecem e o cansaço físico é muitas vezes mais elevado.
Queremos que o programa Gentlebirth proporcione as famílias o suporte fundamental a essas mudanças.
Durante a gravidez, através do aplicativo, o casal irá receber diariamente informações, as meditações diárias e hipnoses customizadas individualmente para o parto que eles consideram ideal.
No momento do trabalho de parto esse casal estará confiante e tranquilo pois eles construíram juntos os mecanismos para auxiliá-los nesse momento.
Eu como Doula vejo esse programa como revolucionário pois não só faz o trabalho da Doula, mas de toda a equipe médica mais fácil. Uma vez que a mulher acesse a Partolândia e a sua cabeça saia do meio, a fisiologia cuida da natureza e os bebês nascem. 
Além disso, eu o considero revolucionário pois traz autonomia, tranquilidade e empoderamento para essas mulheres decidirem por si e atingirem todo o seu potencial num parto positivo e na maternidade que elas tanto desejam.
A ciência nos prova a cada dia mais que somos nós quem criamos a nossa realidade e agora temos ferramentas tão poderosas como o Gentlebirth para exercer todo o nosso potencial humano com carinho, gentileza e amor.
Tracy Donegan, mulheres Cirandeiras, que organizaram com todo o carinho esse treinamento e a todas as mulheres que eu tive a honra de compartilhar esses dias meu MUITO OBRIGADA! 
Muito estudo pela frente, pois a formação apenas começou e muito desejo em proporcionar essa ferramenta a todas.
​O Brasil e a Humanização evoluem muito através do Gentlebirth!



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Feldenkrais @ Sociedade Hípica Paulista

4/3/2017

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